Resposta imune a vacinas pode ser reduzida pela administração profilática de paracetamol

Embora o uso de paracetamol reduza significativamente as reações febris após vacinação, a administração profilática de antitérmicos não deve ser rotineiramente recomendada, pois a resposta de formação de anticorpos2 a vários antígenos vacinais é reduzida com o uso de antitérmicos profiláticos.

Dois estudos consecutivos, randomizados e controlados (com a primeira dose da vacina e após a dose de reforço), nos quais participaram 459 crianças saudáveis, foram realizados para estudar o efeito profilático do paracetamol para evitar reações febris em crianças vacinadas e verificar a formação de anticorpos frente a diferentes antígenos vacinais.

Neles, 226 crianças receberam 3 doses profiláticas de paracetamol nas primeiras 24 horas após a vacinação e 233 não receberam paracetamol. As vacinas testadas foram vacina3 hexavalente acelular contra pólio, difteria4, tétano, coqueluche (pertussis), hepatite B e haemophilus, vacina contra pneumococo e vacina oral contra rotavírus.

Febre acima de 39,5°C foi rara em ambos os grupos. A porcentagem de crianças com temperatura igual ou superior a 38°C foi significativamente menor no grupo que recebeu paracetamol profilático do que no grupo que não recebeu o antitérmico. A concentração média de anticorpos foi significativamente mais baixa no grupo que recebeu paracetamol. Depois da dose de reforço, a concentração média de anticorpos persistiu mais baixa no grupo que recebeu o paracetamol.

Os resultados mostram que embora o uso de paracetamol reduza significativamente as reações febris, a administração profilática de antitérmicos não deve ser rotineiramente recomendada, pois a resposta de formação de anticorpos a vários antígenos vacinais é reduzida com o uso de antitérmicos1 profiláticos.

Fonte: The Lancet -