Novas recomendações para suplementação vitamínica na gravidez


O The Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) Scientific Advisory Committee divulgou as novas recomendações para suplementação de vitaminas durante a gravidez. O protocolo examina evidências de suplementação vitamínica e fornece uma orientação para mulheres grávidas do Reino Unido. As recomendações são as que seguem:

Suplementação de ácido fólico
Todas as mulheres que pretendem engravidar, e as grávidas até a 12ª semana de gestação, devem receber 400 mcg/dia de ácido fólico. Esta suplementação previne defeitos do tubo neural como malformações do crânio, coluna e sistema nervoso, diminui o risco de anomalias congênitas, incluindo defeitos cardiovasculares, e reduz o risco de alguns tumores pediátricos como leucemia, tumores cerebrais e neuroblastoma.

Vitamina A
A suplementação de altas doses de vitamina A (maior que 700 mcg/dia) não está recomendada, pois está associada a efeitos teratogênicos potenciais. Grávidas devem evitar comer, em excesso, produtos que contenham fígado, pois estes podem ter altos níveis de vitamina A.

Vitamina B
Estudos mostraram que a vitamina B6 reduz a severidade das náuseas, mas não evita vômitos no primeiro trimestre da gravidez. A vitamina B6 também está relacionada com a diminuição do risco de perdas dentárias em gestantes. Entretanto, as pesquisas falharam em mostrar outros efeitos obstétricos e neonatais positivos, e o risco de eventos adversos é difícil de ser avaliado. Consequentemente, não há evidências que fornecem a suplementação de vitamina B6 na gravidez1. De maneira semelhante, não há evidências suficientes que avaliem os benefícios e os danos da suplementação de vitaminas B1, B2, B3, B5, B7 e B12 durante a gravidez1.

Vitaminas C e E
A vitamina C é solúvel em água e muito encontrada em frutas e vegetais. Ela é importante para a síntese de colágeno, cicatrização de feridas, prevenção de anemia e é um agente antioxidante. A vitamina C é essencial para gestantes com maior risco de anemia por deficiência de ferro. Uma dose baixa de vitamina C é comumente incluída em multivitamínicos preparados para mulheres grávidas.

Há um interesse considerável no uso potencial das vitaminas C e E para prevenir a pré-eclâmpsia, a ruptura prematura de membranas e o crescimento intra-uterino retardado, mas estudos recentes não mostraram diferenças de risco para mulheres que receberam esta suplementação com antioxidantes (incluindo vitaminas C e E). Na ausência de evidências, a suplementação rotineira com altas doses de vitaminas C e E não está recomendada.

Vitamina4 D
A deficiência severa de vitamina D na gestação está associada ao risco neonatal de raquitismo e diminuição da reserva de osso mineral na infância. As mulheres em risco para a deficiência de vitamina D são aquelas com pouca exposição à luz solar, com dietas pobres em vitamina D e aquelas obesas antes da concepção. Todas as mulheres em risco desta deficiência devem receber 10mcg de vitamina D ao dia.

Vitamina K
A vitamina K está envolvida com a coagulação sanguínea. O risco de hemorragia cerebral em recém-nascidos prematuros alertou os pesquisadores a avaliarem o uso desta vitamina durante a gravidez. Os estudos recentes não mostraram redução significativa no risco de hemorragia cerebral em prematuros e nenhuma melhoria no desenvolvimento neurológico na infância quando a vitamina K era usada durante a gestação.

Em resumo, mulheres grávidas devem receber orientações para usar polivitamínicos que incluam 70mg de vitamina C, 400mcg de ácido fólico e 10mcg de vitamina D ao dia.

Outras pesquisas são necessárias para se entender os potenciais benefícios e danos, e quais são as doses mais apropriadas de vitamina que uma grávida deve receber de todos os grupos de vitaminas.

Fonte: Royal College of Obstetricians and Gynaecologists