Tempero Curry pode ajudar a matar células cancerosas

Acredita-se que a substância cúrcuma (diferuloylmethane), responsável pela cor amarelada do curry e que já foi testada como tratamento para artrite e demência, possui poder de cura.

Pesquisa realizada por uma equipe do Cork Cancer Research Centre e publicada no British Journal of Cancer mostrou que, em laboratório, a cúrcuma pode destruir células cancerosas do esôfago. Esta descoberta pode ajudar os médicos a descobrirem novos tratamentos para este tipo de tumor.

Os pesquisadores observaram que a cúrcuma começa a matar as células no prazo de 24 horas. As células começam uma autodigestão depois que esta substância desencadeia a atividade de sinais de morte celular, que podem ser independentes da apoptose.

O curry tem um sabor exótico e é um dos temperos mais antigos do mundo, sendo muito usado na Índia para o preparo de ovos, sopas, peixes, carnes, aves, legumes e molhos. O curry em pó encontrado em supermercados tem pouca semelhança com o original indiano, que é fresco e pode ser encontrado em duas versões, uma padrão e outra mais quente, chamada de Madras.

Fonte: British Journal of Cancer - publicação 6 de outubro de 2009

Enxaqueca com aura pode aumentar risco de acidente vascular cerebral isquêmico.

Em artigo de revisão, Schürks e colaboradores avaliaram a associação entre enxaqueca e doenças cardiovasculares, incluindo derrame, infarto do miocárdio e morte como resultado de doenças cardiovasculares. Observou-se que o risco de derrame isquêmico em pacientes que têm enxaqueca com aura é maior e amplia-se com o uso de cigarros ou contraceptivos orais, sendo mais freqüente em mulheres com menos de 45 anos.

A enxaqueca é uma condição frequente. Aproximadamente um quarto das pessoas com enxaqueca apresentam sintomas neurológicos temporários, conhecidos como aura, antes de algumas ou de todas as crises de enxaqueca que manifestam.

Os médicos suspeitam há muito tempo que existe uma associação entre enxaqueca e eventos vasculares como o derrame. O presente artigo de revisão mostra claramente que há risco duas vezes maior de derrame isquêmico em pessoas que têm enxaqueca com aura, quando comparadas às que não têm enxaqueca. A enxaqueca também foi associada ao risco aumentado de ataque isquêmico transitório e angina, mas não a acidente vascular hemorrágico.

As implicações clínicas deste estudo mostram que os pacientes que têm enxaqueca com aura devem ser cuidadosamente acompanhados e tratados agressivamente para fatores de risco modificáveis para doenças cardiovasculares. Estas informações devem ser avaliadas dentro de um contexto de saúde. O risco absoluto de derrame para a maioria dos pacientes com enxaqueca é baixo. Logo, o dobro do risco não é motivo para pânico. Ao nível populacional, entretanto, o risco merece atenção, já que a prevalência de enxaqueca é bastante alta.

Fonte consultada: BMJ Journal

Resposta imune a vacinas pode ser reduzida pela administração profilática de paracetamol

Embora o uso de paracetamol reduza significativamente as reações febris após vacinação, a administração profilática de antitérmicos não deve ser rotineiramente recomendada, pois a resposta de formação de anticorpos2 a vários antígenos vacinais é reduzida com o uso de antitérmicos profiláticos.

Dois estudos consecutivos, randomizados e controlados (com a primeira dose da vacina e após a dose de reforço), nos quais participaram 459 crianças saudáveis, foram realizados para estudar o efeito profilático do paracetamol para evitar reações febris em crianças vacinadas e verificar a formação de anticorpos frente a diferentes antígenos vacinais.

Neles, 226 crianças receberam 3 doses profiláticas de paracetamol nas primeiras 24 horas após a vacinação e 233 não receberam paracetamol. As vacinas testadas foram vacina3 hexavalente acelular contra pólio, difteria4, tétano, coqueluche (pertussis), hepatite B e haemophilus, vacina contra pneumococo e vacina oral contra rotavírus.

Febre acima de 39,5°C foi rara em ambos os grupos. A porcentagem de crianças com temperatura igual ou superior a 38°C foi significativamente menor no grupo que recebeu paracetamol profilático do que no grupo que não recebeu o antitérmico. A concentração média de anticorpos foi significativamente mais baixa no grupo que recebeu paracetamol. Depois da dose de reforço, a concentração média de anticorpos persistiu mais baixa no grupo que recebeu o paracetamol.

Os resultados mostram que embora o uso de paracetamol reduza significativamente as reações febris, a administração profilática de antitérmicos não deve ser rotineiramente recomendada, pois a resposta de formação de anticorpos a vários antígenos vacinais é reduzida com o uso de antitérmicos1 profiláticos.

Fonte: The Lancet -

Novas recomendações para suplementação vitamínica na gravidez


O The Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) Scientific Advisory Committee divulgou as novas recomendações para suplementação de vitaminas durante a gravidez. O protocolo examina evidências de suplementação vitamínica e fornece uma orientação para mulheres grávidas do Reino Unido. As recomendações são as que seguem:

Suplementação de ácido fólico
Todas as mulheres que pretendem engravidar, e as grávidas até a 12ª semana de gestação, devem receber 400 mcg/dia de ácido fólico. Esta suplementação previne defeitos do tubo neural como malformações do crânio, coluna e sistema nervoso, diminui o risco de anomalias congênitas, incluindo defeitos cardiovasculares, e reduz o risco de alguns tumores pediátricos como leucemia, tumores cerebrais e neuroblastoma.

Vitamina A
A suplementação de altas doses de vitamina A (maior que 700 mcg/dia) não está recomendada, pois está associada a efeitos teratogênicos potenciais. Grávidas devem evitar comer, em excesso, produtos que contenham fígado, pois estes podem ter altos níveis de vitamina A.

Vitamina B
Estudos mostraram que a vitamina B6 reduz a severidade das náuseas, mas não evita vômitos no primeiro trimestre da gravidez. A vitamina B6 também está relacionada com a diminuição do risco de perdas dentárias em gestantes. Entretanto, as pesquisas falharam em mostrar outros efeitos obstétricos e neonatais positivos, e o risco de eventos adversos é difícil de ser avaliado. Consequentemente, não há evidências que fornecem a suplementação de vitamina B6 na gravidez1. De maneira semelhante, não há evidências suficientes que avaliem os benefícios e os danos da suplementação de vitaminas B1, B2, B3, B5, B7 e B12 durante a gravidez1.

Vitaminas C e E
A vitamina C é solúvel em água e muito encontrada em frutas e vegetais. Ela é importante para a síntese de colágeno, cicatrização de feridas, prevenção de anemia e é um agente antioxidante. A vitamina C é essencial para gestantes com maior risco de anemia por deficiência de ferro. Uma dose baixa de vitamina C é comumente incluída em multivitamínicos preparados para mulheres grávidas.

Há um interesse considerável no uso potencial das vitaminas C e E para prevenir a pré-eclâmpsia, a ruptura prematura de membranas e o crescimento intra-uterino retardado, mas estudos recentes não mostraram diferenças de risco para mulheres que receberam esta suplementação com antioxidantes (incluindo vitaminas C e E). Na ausência de evidências, a suplementação rotineira com altas doses de vitaminas C e E não está recomendada.

Vitamina4 D
A deficiência severa de vitamina D na gestação está associada ao risco neonatal de raquitismo e diminuição da reserva de osso mineral na infância. As mulheres em risco para a deficiência de vitamina D são aquelas com pouca exposição à luz solar, com dietas pobres em vitamina D e aquelas obesas antes da concepção. Todas as mulheres em risco desta deficiência devem receber 10mcg de vitamina D ao dia.

Vitamina K
A vitamina K está envolvida com a coagulação sanguínea. O risco de hemorragia cerebral em recém-nascidos prematuros alertou os pesquisadores a avaliarem o uso desta vitamina durante a gravidez. Os estudos recentes não mostraram redução significativa no risco de hemorragia cerebral em prematuros e nenhuma melhoria no desenvolvimento neurológico na infância quando a vitamina K era usada durante a gestação.

Em resumo, mulheres grávidas devem receber orientações para usar polivitamínicos que incluam 70mg de vitamina C, 400mcg de ácido fólico e 10mcg de vitamina D ao dia.

Outras pesquisas são necessárias para se entender os potenciais benefícios e danos, e quais são as doses mais apropriadas de vitamina que uma grávida deve receber de todos os grupos de vitaminas.

Fonte: Royal College of Obstetricians and Gynaecologists